Apresentação
O plano de ação é o quinto produto do contrato 002940-2022 AVICITECS cujo objeto consiste na contratação de serviços para atender o objetivo específico 6 do Plano de Ação Territorial (PAT) Planalto Sul que é fortalecer as cadeias produtivas sustentáveis que conservem e restaurem a vegetação nativa. Os municípios de Santa Catarina inseridos no PAT Planalto Sul são: Cerro Negro, Campo Belo do Sul, Capão Alto, Lages, Bocaina do Sul, Painel, São Joaquim, Bom Retiro, Rui Rufino, Urupema, Urubici e Bom Jardim da Serra. Todos eles estão inseridos no bioma Mata Atlântica.
O PAT Planalto Sul é um instrumento de planejamento, que foi elaborado de forma participativa, contendo ações de conservação prioritárias a serem executadas por diversos atores sociais de diferentes segmentos da sociedade comprometidos com a conservação e o uso sustentável da biodiversidade. O PAT Planalto Sul integra o projeto GEF Estratégia Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas (Pró-Espécies: Todos contra a extinção). A abordagem territorial utilizada pelo PAT considera espécies criticamente ameaçadas de extinção tanto da fauna quanto da flora, objetivando promover e mobilizar esforços e recursos para a reduzir os impactos negativos sobre as espécies e seus ambientes e assim contribuindo para sua conservação. Um dos principais desafios à conservação das espécies ameaçadas e de seus ambientes no território, é a redução e a degradação do habitat, decorrente de atividades humanas muitas vezes exercidas sem as necessárias mitigações. Nas atividades de planejamento do PAT foi detectada a existência de cadeias produtivas extrativas sustentáveis de produtos não madeireiros nos territórios. Em Santa Catarina a cadeia produtiva mais importante foi a do pinhão, semente da Araucaria angustifolia. Essa cadeia produtiva congrega milhares de famílias proporcionando: a) conservação pelo uso de remanescentes florestais; b) regeneração da floresta ombrófila mista c) manutenção e incremento do habitat das espécies ameaçadas de extinção; d) renda monetária anual principalmente para a agricultura familiar.
O produto 5 foi sistematizado pelo consultor Natal João Magnanti, após a realização da oficina de elaboração do Plano de Ação da Cadeia Produtiva do Pinhão. O produto foi revisado pela coordenação do PAT Planalto Sul.
A oficina participativa foi realizada de forma presencial no dia 27 de julho de 2022 no Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), localizado em Lages (SC).
A metodologia e a programação adotadas foram elaboradas pela consultoria, com a participação da coordenação do PAT Planalto Sul. A consultoria elaborou uma listagem inicial de convidados (instituições e pessoas) que foi acrescida de novas instituições pela coordenação do PAT Planalto Sul. Concomitantemente o Centro Vianei entrou em contato com o CAV/UDESC para sediar o evento e elaborou uma primeira versão do cartaz virtual para divulgar a oficina. Após revisão do cartaz pela coordenação do PAT Planalto Sul o convite foi enviado por e mail e WhatsApp para as instituições convidadas.
A proposta metodológica previu a participação ativa dos participantes iniciando uma apresentação genérica do Plano de Ação do PAT Planalto Sul pela coordenação e com uma dinâmica de apresentação dos convidados. Além disso, foi exibido um vídeo sobre a importância socioeconômica e cultural do extrativismo do pinhão na Serra Catarinense. Diversas pessoas especialmente os extrativistas que participaram da oficina foram protagonistas do vídeo apresentado. O objetivo foi incentivar o diálogo de saberes entre os elos iniciais da cadeia produtiva com técnicos, acadêmicos e representantes de instituições públicas que compareceram no evento. Ainda no período da manhã foram apresentados os materiais de apoio para subsidiar a elaboração das ações do plano de ação da cadeia produtiva. A Chamada 01/2022 Bioeconomia da Financiadora de Pesquisas e Estudos (FINEP) despertou interesse dos participantes e ficou encaminhado que as Instituições de Pesquisa em Ciência e Tecnologia elaborariam projetos para a chamada a partir das demandas levantadas na oficina. Na oficina a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) através do Laboratório de Comercialização da Agricultura Familiar se colocou à disposição para ser proponente de um pré-projeto para essa chamada. Os participantes aprovaram essa indicação. Ainda no período da manhã o público foi dividido em quatro grupos de trabalhos (GT) misturando todos os participantes. No período da tarde os grupos tiveram aproximadamente 2 horas para elaborar as ações prioritárias e em seguida um membro do GT apresentou as ações na plenária. Após a apresentação os membros do grupo eram questionados quando havia dúvidas sobre as ações. Depois da apresentação dos quatro grupos ocorreu uma plenária para harmonizar todas as ações e eliminar, fundir ou complementar as ações que surgiram nos GT. Finalizada a plenária foi realizada uma avaliação do evento e o mesmo foi encerrado com um café com mistura com alimentos agroecológicos incluindo o pinhão.
As atividades realizadas para concluir o produto 5 foram:
A oficina teve como principal objetivo priorizar ações que promovem e fortalecem os diferentes elos da cadeia produtiva do pinhão nos municípios de Santa Catarina que estão na área de abrangência do território do PAT Planalto Sul. E desta forma, ela possa servir como referência para as outras cadeias produtivas e colaborar com a manutenção da araucária na Floresta Ombrófila Mista e nos Campos de altitude, promovendo a conservação das espécies focais do PAT Planalto Sul.
Período da manhã
1) Matriz de planejamento do PAT Planalto Sul;
2) Dificuldades, demandas e oportunidades levantadas no seminário da cadeia produtiva
3) Chamada Bioeconomia - Financiadora de Pesquisas e Estudos (FINEP)
Período da tarde
5.Matriz de planejamento do Plano de Ação Territorial da Cadeia Produtiva do Pinhão no âmbito dos municípios de Santa Catarina do PAT Planalto Sul[1]
Ação | Instituições responsáveis | Instituições colaboradoras | Produtos | Observações |
1.Promover a identificação e divulgação da disponibilidade, vantagens e formas de acesso ao crédito para aquisição de equipamentos para beneficiamento do pinhão | SEAP-SC (Orçamento e Plano Safra), Secretarias Municipais da Agricultura, Extensão da EPAGRI. | 1.Relatório contendo os equipamentos existentes para beneficiamento do pinhão.
2.Ofício para a Secretaria de Agricultura de Santa Catarina solicitando priorizar a divulgação da concessão de crédito visando a aquisição de equipamentos para beneficiamento do pinhão nas ações de divulgação do Plano Safra 2022/23.
|
Superintendência Estadual do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAP-SC/MAPA)
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI) |
|
2.Elaborar programa de apoio à comercialização do pinhão, incluindo incentivo ao associativismo, garantia de capital de giro e estrutura para armazenamento em câmaras frias, mantidas com energia fotovoltaica. | MAPA e CONAB. | 1.Programa de apoio a comercialização do pinhão | Ex.: Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) modalidade formação de estoques pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) | |
3.Promover ações de fomento a estruturas locais de processamento do pinhão, visando o desenvolvimento de produtos com valor agregado. | CISAMA | 1.Ações de fomento para processamento | Consórcio Intermunicipal da Serra Catarinense (CISAMA) coordena um programa de apoio à agregação de valor com transformação de produtos. Há experiências em andamento nos municípios da Associação dos Municípios da Região Serrana (AMURES). | |
4.Promover a divulgação, fomento e propor ajustes para acesso ao (CAF, antiga DAP) para as diferentes categorias de extrativistas. | MAPA e EPAGRI (divulgação e assistência). | 1.Ajustes na DAP para as diferentes categorias de extrativistas | Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) é o instrumento para identificar e qualificar o público beneficiário da Política Nacional da Agricultura Familiar | |
5.Articular debate interinstitucional sobre a normatização da época de colheita do pinhão, promovendo o seu uso sustentável e econômico e permitindo a conservação pelo uso do pinheiro brasileiro (Araucaria angustifolia) | Instituições de pesquisa (Universidades e Institutos Federais), MMA, IBAMA, IMA-SC, SDS-SC, SEMA-RS e EPAGRI-SC | 1.Normatização sobre época de colheita do pinhão | Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA)
Ministério do Meio Ambiente (MMA); Instituto do Meio Ambiente/SC (IMA); Secretaria do Desenvolvimento Sustentável/SC (SDS); Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura - RS (SEMA) |
|
6.Realizar revisão de literatura sobre o início da coleta do pinhão | Polícia Ambiental/Luciane Costa IFSC campus Lages/Márcio (Agostini)/Leonardo | 1.Revisão de literatura | Instituto Federal de Santa Catarina - IFSC campus de Lages | |
7.Articular o debate sobre o manejo sustentável e legal do pinheiro brasileiro (Araucaria angustifolia) com vistas a utilização do pinhão | MMA, IBAMA, IMA-SC, SDS-SC, SEMA-RS | 1.Normatização sobre manejo sustentável da araucária para produção de pinhão | ||
8.Articular o incremento do uso do pinhão na alimentação escolar dos municípios do território, promovendo atividades com a rede de nutricionistas da AMURES/CISAMA.
|
SED-SC, AMURES, MP-SC, FCCIAT, CISAMA, Vianei e PAT
|
1.Aumentar a utilização do pinhão na alimentação escolar
2. Promover o consumo e criar hábitos alimentares saudáveis nos estudantes da rede municipal do território. |
Portaria Interministerial MAPA/MMA no 10 de 21/06/21 (Institui lista de espécies nativas da sociobiodiversidade de valor alimentício, para fins de comercialização in natura ou de seus produtos derivados).
Secretaria Estadual da Educação (SED) Ministério Público de Santa Catarina Fórum catarinense de combate aos impactos de agrotóxicos e transgênicos (FCCIAT) Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) Dificuldade 4, 10 e 11 |
|
9.Aumentar a visibilidade do conhecimento tradicional dos extrativistas, valorizando a relação entre os seres humanos e a floresta. | IFSC campus Lages/Luciane Costa-Josie - Prefeitura de Lages | Grupo de Trabalho do Pinhão do SINTRAF São Joaquim (GT Pinhão) | 1.Valorização do conhecimento tradicional | Sindicato da Agricultura Familiar (SINTRAF) |
10.Pesquisar sobre a dinâmica do processo de maturação do pinhão e sua relação com a fauna e flora local | UDESC | 1.Melhorar o conhecimento da espécie visando subsidiar a época de colheita do pinhão | ||
11.Pesquisar sobre efeitos das mudanças climáticas na distribuição e ocorrência regional da araucária. | Cesar Marchioro/ Karine e Siminski da UFSC de Curitibanos | Márcio da Epagri e André Hess da UDESC Lages | 1.Subsídio para conhecer os efeitos das mudanças climáticas e futuras ações e uso e conservação da espécie | |
12.Pesquisar a dinâmica do extrativismo nos diferentes municípios que compõem o território do plano de ação. | Epagri/Márcio - GT Pinhão | 1.Categorização das diferentes formas de extrativismo praticadas na Serra Catarinense | ||
13.Desenvolver equipamentos de extração do pinhão que aumentem a segurança dos extrativistas | Luciane/IFSC campus Lages – Articulação
Projeto Cisama e Projeto Finep |
GT Pinhão | 1.Equipamentos mais seguros para a extração | Dificuldade 5 e 16 eixo Mão de Obra/Riscos[2] |
14.Estabelecer e ou fortalecer políticas públicas de pagamento por serviços ambientais (PSA) para áreas de extração de pinhão | Centro Vianei | PAT Planalto Sul | 1.Criar PSA para áreas de extração de pinhão no âmbito estadual | Plano de Ação Territorial Planalto Sul (PAT) |
15.Fomentar uma unidade de referência para o manejo de araucária visando a produção de pinhão que seja reconhecida pelos extrativistas, instituições de pesquisa e fiscalização | Siminski e Karine da UFSC de Curitibanos
|
Luthiana, Cíntia (IMA), Everton Reinaldo (IFSC) | 1.Reconhecimento e legalização de sistemas de manejo de araucária para produção de pinhão | Dar continuidade ao projeto de manejo, com a implantação das unidades de Referência em Manejo Agroflorestal
Incluir no Projeto FINEP e outras fontes de recurso Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) |
16.Criar selo para comercializar o pinhão com procedência e realizar ação de comunicação junto aos consumidores sobre importância da procedência do produto | EPAGRI | MAPA (Rangel), Rede Ecovida, IMA (Luthiana, Cíntia, Helena, Rose) | 1.Selo do pinhão para comercialização | |
17.Organizar cooperativa de trabalhadores do extrativismo do pinhão que possa auxiliar nas seguintes questões: emissão de nota fiscal para acessar preço mínimo; assessoria jurídica e fiscal; comunicação e ampliação da cobertura da seguridade social para os extrativistas | 1.Aumentar a formalização da cadeia produtiva e a utilização de políticas públicas | |||
18.Formar de grupo de trabalho (GT) para propor marco legal do extrativista, que abranja “seguro defeso”, com participação de todos municípios | Sindicato dos Trabalhadores Rurais - FETAESC | Mandato Deputado estadual Fabiano da Luz | 1.Marco legal para extrativismo do pinhão no âmbito estadual | |
19.Adquirir e distribuir entre os extrativistas equipamentos para beneficiamento e armazenamento (moedor, descascador) para viabilizar comercialização de subprodutos do pinhão | EMBRAPA (ROSSANA CATIE) | MAPA (Rangel), Vianei (Natal), EPAGRI | 1.Aumentar a grau de processamento do pinhão no território | Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA Florestas) |
20.Articular a criação de entidade representativa para interlocução política dos extrativistas | Sindicato dos Trabalhadores Rurais (FETAESC) | 1.Aumentar a representação legal dos extrativistas no território | Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (FETAESC) | |
21.Realizar processo de capacitação para os extrativistas na emissão de notas fiscais, rastreabilidade, organização da categoria, segurança no trabalho, acesso ao preço mínimo, esclarecimento da importância do contrato de parceria etc. | EPAGRI, CISAMA, Secretarias Municipais e Sindicatos | IMA (Luthiana), UFSC (Natália) MAPA (Rangel) | 1.Qualificação da formação dos extrativistas | Dificuldade 1 e 2 no eixo Capacitação/orientação |
22.Realizar estudo no território, visando atualizar valor do preço mínimo do pinhão | PAT/Vianei
|
1.Estudo sobre o custo de produção do pinhão no território | Dificuldade 3 e 15 - Fazer evento com CONAB | |
23.Criar entrepostos com container câmara fria nos municípios | Incluir no Projeto FINEP ou Emenda Parlamentar | 1.Melhorar a capacidade de armazenamento do pinhão | Dificuldade 9 e 19 eixo Armazenagem/estocagem | |
24.Desenvolver e ou adquirir máquinas de debulhar e classificar pinhão | Projeto FINEP | 1.Diminuir a penosidade e aumentar o rendimento do trabalho dos extrativistas | Dificuldade 9 e 16 eixo Processamento/mecanização | |
25. Organizar audiências públicas sobre a cadeia produtiva e sobre o manejo sustentável da araucária para produção do pinhão | Sindicatos e PAT | 1.Melhorar a comunicação dos elos da cadeia produtiva com a sociedade e o poder público | Dificuldade 18 eixo comunicação | |
26. Elaborar projeto para a Chamada pública MCTI/FINEP/FNDCT/CT-AGRO programa cadeias produtivas da bioeconomia MCTI: Fomento À ICT – 01/2022
|
UFSC e Centro Vianei | Laboratório de Comercialização da Agricultura Familiar (LACAF/UFSC) | 1.Projeto contendo os principais gargalos e soluções da cadeia produtiva do pinhão | Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI)
Instituições de Ciência e Tecnologia (ICT) |
6.1. Cartaz da oficina
6.2. Programação da oficina de elaboração do Plano de Ação da Cadeia Produtiva do Pinhão
A oficina é uma das atividades do Plano de Ação Territorial para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção do Planalto Sul – PAT Planalto Sul. A oficina objetiva priorizar ações que promovam e fortaleçam os diferentes elos da cadeia produtiva do pinhão. E desta forma, ela possa servir como referência para as demais cadeias produtivas e colaborando com a manutenção da araucária na Floresta Ombrófila Mista e nos Campos de altitude para a conservação das espécies focais do PAT Planalto Sul.
Horário | Atividade |
09:00 | Abertura |
09:10 | Apresentação do PAT Planalto Sul |
09:25 | Apresentação e expectativa dos participantes |
10:00 | Apresentação do vídeo - Importância socioeconômica e cultural do extrativismo na Serra Catarinense. Prêmio Aldir Blanc Lei de Incentivo à Cultura. |
10:15 | Apresentações do material de apoio da oficina
a) Matriz de planejamento do PAT Planalto Sul; b) Dificuldades, demandas e oportunidades levantadas no seminário da cadeia produtiva c) Edital Bioeconomia - Financiadora de Pesquisas e Estudos (FINEP) |
10:45 | Dúvidas e esclarecimentos sobre o conteúdo do material de apoio |
11:15 | Divisão em grupos de trabalho para elaboração das ações prioritárias |
11:30 | Almoço |
12:30 | Trabalho de grupo para elaboração das ações (grupos com aproximadamente oito componentes, misturando os diferentes representantes da cadeia produtiva) |
14:30 | Apresentação do trabalho de grupo |
15:10 | Plenária para priorização das ações |
16:10 | Avaliação |
16:30 | Café com mistura |
6.3. Informações dos participantes da oficina
Informações sobre os participantes da oficina de elaboração do Plano de Ação da Cadeia Produtiva do Pinhão
Auditório Pinhão na CAV/UDESC em Lages – SC 27-07-2022 |
||||
No | Nome | Telefone | Município | Organização |
01 | Luthiana Carbonell dos Santos | 48-996403038 | Florianópolis - SC | Instituto do Meio Ambiente - SC |
02 | Leonardo Urruth | 51-981517430 | Porto Alegre - RS | Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura - RS |
03 | Guilherme Moura | 49-991385064 | Lages – SC | Assessor deputado federal Pedro Uczai |
04 | Antônio Milton Amarante | 49-991011431 | Bocaina do Sul – SC | Comerciante de pinhão BR 282 |
05 | Everton Freitas | 49-991793091 | Lages – SC | Estudante do Instituto Federal Santa Catarina (IFSC) |
06 | Josiane Figueiredo | 38-988164493 | Lages – SC | Professora do IFSC |
07 | Cintia Uller Gomez | 48-984013503 | Florianópolis - SC | Instituto do Meio Ambiente - SC |
08 | Roselene Felker | 48-991010720 | Florianópolis – SC | Instituto do Meio Ambiente - SC |
09 | Helena de Lima Müller | 51-998048540 | Florianópolis – SC | Instituto do Meio Ambiente - SC |
10 | Thais Hopp | 51-999527959 | Vacaria – RS | Centro de Tecnologias Alternativas Populares CETAP |
11 | Andressa Ramos Teixeira | 51-991952718 | Vacaria – RS | Centro de Tecnologias Alternativas Populares CETAP |
12 | Alexandre Siminski | 49-999002464 | Curitibanos – SC | Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC |
13 | Natalia Camargo | 49-98081182 | Curitibanos – SC | Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC |
14 | Karine Louise dos Santos | 49-999135460 | Curitibanos – SC | Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC |
15 | José Márcio Lehmann | 49-984061527 | Lages – SC | EPAGRI – REGIONAL DE LAGES |
16 | Cesar Arruda | 49-3296-4378 | Painel – SC | Escritório municipal da Epagri |
17 | Vilmar Camargo | 49-991587458 | São Joaquim - SC | Grupo de Trabalho (GT Pinhão) – Sintraf São Joaquim - Agricultor extrativista |
18 | Osmar Seifert | 49-991773232 | São Joaquim - SC | Grupo de Trabalho (GT Pinhão) – Sintraf São Joaquim - Agricultor extrativista |
19 | Fabio Anderson | 49-991449469 | São Joaquim - SC | Sindicato da Agricultura Familiar de São Joaquim e Região |
20 | José Luís Martins Alves | 49-991198558 | Lages – SC | Epagri |
21 | Vanessa Aparecida Melo | 49-991443674 | Lages – SC | Epagri extensionista social |
22 | Márcia Arruda | 49-991110077 | Urupema – SC | Prefeitura de Urupema |
23 | Patrícia Muniz Leite | 49-998239848 | Lages – SC | Agroindústria Pinhões Garcia São José do Cerrito |
24 | Valdori Garcia | 49-991964286 | São José do Cerrito – SC | Agroindústria Pinhões Garcia São José do Cerrito |
25 | Vanessa Souza Costa | 49-984294476 | São José do Cerrito – SC | Universidade do Estado de Santa Catarina - Udesc |
26 | Plinio Souza | 49-998306177 | São José do Cerrito – SC | Cooperativa Ecoserra – Lages – SC – agricultor extrativista |
27 | Álvaro Luiz Mafra | 49-999678610 | Lages – SC | Universidade do Estado de Santa Catarina - Udesc |
28 | Luciane Costa de Oliveira | 49-999268286 | Lages – SC | Instituto Federal de Santa Catarina - IFSC |
29 | Werter | 54-991944787 | Lages – SC | Instituto Federal de Santa Catarina - IFSC |
30 | Daiane Kuster | 49-999157811 | Lages/Com. Lambedor – SC | Instituto Federal de Santa Catarina - IFSC |
31 | Fernando Henrique | 49-999921276 | Anita Garibaldi – SC | Assessor Dep. Estadual Fabiano da Luz |
32 | Silvino de Liz Rosa | 49-988747698 | Painel – SC | Cooperativa Ecoserra e Grupo Coração da Serra Rede Ecovida – agricultor extrativista |
33 | Sônia Miguel Arsênio | 49-991071016 | Painel – SC | Cooperativa Ecoserra |
34 | Dirceu | 49-991654716 | Painel – SC | Agricultor extrativista |
35 | Amanda Arsênio | 49-991071016 | Painel – SC | Estudante – extrativista |
36 | Felipe Mannrich | 49-9991555534 | Lages – SC | Secretaria de Agricultura de Lages – SC |
37 | Elder Campos Guedes | 48-999336756 | São José – SC | Superintendência do Ministério da Agricultura - SC |
38 | Selênio Sartori | 49-991389567 | Lages – SC | Consórcio Intermunicipal Serra Catarinense – CISAMA – SC |
39 | Marco Antônio Rangel | 43-996716768 | São José – SC | Superintendência do Ministério da Agricultura - SC |
40 | Pamela Alves de Oliveira | 49-988165676 | Painel – SC | |
41 | Adriana Alves de Oliveira | 49-988165676 | Painel – SC | Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Painel – SC |
42 | Jaison de Liz Rosa | 49-988165676 | Painel – SC | Agricultor extrativista |
43 | Josie Moraes | 49-984059904 | Lages – SC | Secretaria de Agricultura de Lages – SC |
44 | James Smanioto | 49-984095109 | Lages – SC | Epagri |
45 | Alexandre Luiz Prada | 47-991668877 | Presidente Getúlio – SC | Centro de Estudos e Motivações Rurais – CEMEAR – SC |
46 | Marina Bustamante Ribeiro | 48-996066510 | Florianópolis – SC | Programa de pós-graduação em agroecossistemas da UFSC |
47 | Estevan Felipe Pizarro Munoz | 48-996309888 | Curitibanos – SC | Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC |
48 | Ilton Carvalho | 49-991571282 | São Joaquim - SC | Sindicato da Agricultura Familiar de São Joaquim e Região |
49 | Natal João Magnanti | 49-991623996 | Lages – SC | Centro Vianei de Educação Popular |
50 | Carolina Couto Waltrich | 49-991826551 | Lages – SC | Centro Vianei de Educação Popular |
6.4. Material de apoio para oficina distribuído para subsídio nos grupos de trabalho
6.4.1. Dificuldades, demandas e oportunidades retiradas do Seminário virtual (realizado em 24/06/2022) de integração entre os projetos dos núcleos de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul conduzidos no âmbito do Objetivo 6 do Plano de Ação Territorial (PAT) Planalto Sul
Dificuldades levantadas pelos participantes do seminário na cadeia produtiva do pinhão
1 - Alta taxa de informalidade na cadeia produtiva do pinhão em especial na comercialização do produto in natura por parte dos extrativistas.
2 - Dificuldade de os atacadistas emitirem a contra nota quando a comercialização é efetuada com a emissão da nota de produtor rural (NPR) fiscal pelos extrativistas.
3 – O preço mínimo do pinhão está defasado em função do aumento dos custos de produção (mão de obra para extração, combustíveis, energia elétrica, embalagem ...). Faz-se necessária a atualização do valor o preço mínimo da PGPM Bio.
4 – Baixa utilização de políticas públicas entre elas o antigo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e atual Programa Alimenta Brasil (PAB), especialmente a modalidade Formação de Estoque, a Política de Garantia dos Preços Mínimos da Sociobiodiversidade (PGPM Bio) e também o fornecimento do pinhão e seus derivados para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) por parte dos extrativistas de pinhão
5 – Insegurança e alto risco de acidentes no trabalho dos extrativistas na etapa de extração do pinhão.
6 - Como podemos tirar a araucária da lista das espécies ameaçadas de extinção?
7 - Situação problema detectada pelos extrativistas e pela pesquisa é da diminuição da produção de pinhão pela alta regeneração de indivíduos dentro dos Sistemas Agroflorestais (SAF´s) por causa da impossibilidade legal de corte da araucária. Ocorre adensamento de indivíduos de pinheiro brasileiro, os galhos começam a secar e ocorre tendência a diminuição da produção de pinhão na área. O grande número de indivíduos de araucária competindo nas áreas de regeneração pode comprometer a produção ao longo do tempo.
9 - Dificuldades na logística de distribuição do produto se tornando um alimento caro aos olhos dos comerciantes que fazem a distribuição no varejo. A distância, por exemplo para venda e entrega do produto no Alto Vale com o aumento do combustível encarece o produto o que dificulta a aquisição por parte da maioria da população.
10 – O pinhão processado ainda é caro por ser um alimento com valor agregado, o que causa certa dificuldade de venda nos diferentes mercados.
11 – Baixo conhecimento do produto in natura e ainda mais do produto processado em algumas regiões de Santa Catarina e dos demais estados que não tem o pinhão inserido na sua cultura alimentar.
13 - Um grande desafio é o processo organizativo dos extrativistas, tendo em vista que há poucas organizações coletivas formais e informais atuando na região de abrangência do Plano de Ação Territorial do Planalto Sul (PAT Planalto Sul).
14 - Qual o formato de cadeia produtiva que se almeja? Quais são os atores centrais na condução da cadeia produtiva? O ideal são cadeias produtivas com alta participação e protagonismo social. Um desafio é que os protagonistas da cadeia produtiva sejam os extrativistas e os grupos sociais ou organizações que estão processando e comercializando os produtos segundo a experiência do CETAP.
15 - Como se constrói o preço justo para cada elo da cadeia produtiva pensando no desenvolvimento do espaço territorial, inserindo a economia solidária como novo paradigma?
16 – Outra dificuldade é o dimensionamento dos equipamentos e a adequação deles para o processamento dos produtos. Qualificar e ampliar a escala de processamento que vai demandar mais da extração? Inserção de novas famílias nos processos produtivos. Que tipo de extração e dimensionamento para manter outras demandas ambientais, sociais e culturais do território e de sua gente.
17 – A escala pequena e grande uso de mão de obra no processamento encarecem o produto final.
18 – Foi levantado que algumas informações veiculadas na mídia sobre a cadeia produtiva especialmente o preço são incorretas.
19 - Dificuldade no armazenamento do pinhão porque estraga rápido e mesmo que seja armazenado em câmara fria o pinhão vai perder o brilho o que vai influenciar negativamente na comercialização
20 – O pinhão depois de processado não tem uma tributação específica e vai como outros o que dificulta a comercialização para outros estados ou redes de supermercados.
Demandas apresentadas pelos palestrantes e público do seminário
1 - Revisão do Sistema de Cadastro Nacional de Produtores Rurais (SICAN), que é o público do Programa de Aquisição de Alimentos, Cooperativas, Associações e demais agentes, de abrangência nacional. O público-alvo são todos os agentes, pessoas físicas ou jurídicas, que tenham interesse em participar das políticas públicas executadas pela Conab.
2 - Conscientização e trabalho de base junto aos extrativistas para evitar acidentes e mortes na atividade de extração do pinhão no campo.
3 - Como conhecer mais sobre as diferentes paisagens onde a araucária está presente e sobre a intervenção humana através do manejo das populações desta espécie.
4 - É desejável, viável e legal o manejo de araucárias em sistemas agroflorestais?
5 - O manejo de araucárias em sistemas agroflorestais traz benefícios para a espécie e o produtor?
6 - Quais os instrumentos que o Plano de Ação Territorial (PAT Planalto Sul) possui para auxiliar na estruturação de cadeias produtivas da sociobidiversidade?
Oportunidades apresentadas pelos palestrantes e público do seminário
1 - Existe alta potencialidade dos produtos não madeireiros nos territórios nos quais o pinhão está inserido que podem ser utilizados na forma de: a) Produtos alimentares; b) Óleos essenciais e hidrolatos; c) Produtos da tinturaria onde também a araucária está presente
2 - Potencialidade de restauração ambiental com sistemas agroflorestais e com as espécies nativas que compõem da sociobiodiverdade da floresta ombrófila mista da Mata Atlântica.
3 - Existe uma demanda de mercado pelos produtos oriundos da cadeia produtiva do pinhão, embora haja dificuldade de acessar as estruturas de distribuição constituídas no mercado convencional.
4 – Possibilidade do Plano de Ação Territorial Planalto Sul continuar apoiando os diversos elos da cadeia produtiva do pinhão.
5 - Destacar as propriedades alimentares e nutrientes do pinhão como a vitamina B, os minerais como o Zinco e os compostos ômega 6 e 9.
6 – A rodovia BR 282 é um local de movimento intenso de pessoas que funciona como local de venda direta do pinhão e seus derivados. Isso associado ao agroturismo e a possibilidade de aquisição de outros alimentos/produtos regionais tem alta potencialidade de comercialização no mercado não convencional.
7 – Implementação de projetos de diversas instituições públicas e privadas que estão ocorrendo no interior do território do Plano de Ação Territorial Planalto Sul.
8 - Projeto de pesquisa em andamento sobre a conservação pelo uso da araucária em sistemas agroflorestais coordenado pela Universidade Federal de Santa Catarina e com a participação de diversos parceiros privados e públicos. Que é uma das paisagens onde a araucária está presente no território do Plano de Ação Territorial Planalto Sul.
9 – Utilização de sistemas agroflorestais por parte dos extrativistas de pinhão no território do Plano de Ação Territorial Planalto Sul.
10 – O pinhão possui múltiplos usos na alimentação humana, portanto há um longo processo para ser trabalhado que vai agregando valor para o produto e para o território (receitas doces, e ampliar o uso do pinhão em receitas salgadas, farinha, conserva de pinhão.
Encaminhamentos
1 - Elaboração de um programa de rádio sobre como acessar a PGPM Bio para ampliar o acesso à informação desta política pública pela Conab.
2 - Incentivar as Secretarias Municipais de Educação para incluir o pinhão na alimentação escolar.
3 – Ampliar o uso de máquinas e equipamentos nos processos de extração, processamento e agroindustrialização para aumentar a produtividade. A mecanização tende a diminuir a penosidade e aumentar o rendimento no trabalho da colheita, transporte, armazenamento e processamento.
4 – Ampliar as iniciativas de organização dos extrativistas nos municípios, tendo como exemplo o Grupo de Trabalho (GT Pinhão) do SINTRAF de São Joaquim e Região de SC. Apesar da insipiente organização dos extrativistas, existem produtores de pinhão que estão ligados a organizações socioeconômicas da agricultura familiar, mas como são milhares ainda é baixa a organização e se faz necessário ampliar e qualificar as organizações socioeconômicas dos extrativistas.
5 - Tema central para a continuidade do trabalho é como aumenta a formalização da cadeia produtiva. para que se possa lançar mão de políticas públicas no território e desta forma alavancar o desenvolvimento mais sustentável da região. Enquanto os setores da cadeia produtiva estiverem a margem da formalização é impossível ampliar o alcance das políticas públicas já existentes para o extrativismo do pinhão.
6 – Aumentar a utilização de políticas públicas inclusive a PGPM Bio que atualmente é acessada por uma pequena quantidade de extrativistas no território do Plano de Ação Territorial Planalto Sul.
7 – Realizar oficina participativa para elaboração do plano de ação da cadeia produtiva do pinhão, como forma estruturar ações articuladas entre os diversos atores sociais que interagem nos processos de extração, processamento e comercialização. A oficina ficou marcada para 27.07 começando as 09 horas e terminando as 16 horas.
8 – Discutir com os elos da cadeia produtiva questões como: Quantas agroindústrias nós queremos processando pinhão no território operando sob uma coordenação colegiada composta por todos os elos da cadeia produtiva? Quantos entrepostos para comercialização dentro do território?
9 – Valorizar a venda do pinhão nas rodovias como um importante componente da cadeia produtiva.
6.4.2. Síntese da Chamada pública 01/2022 - O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e a Financiadora de Estudos e
Projetos - Finep tornam pública a presente Seleção Pública visando o fomento de projetos de inovação na temática de Fomento a Cadeias Produtivas da Bioeconomia em Biomas Brasileiros.
A biodiversidade apresenta oportunidades para a consolidação de uma bioeconomia brasileira desenvolvida com bases sustentáveis. Tais oportunidades englobam o desenvolvimento de produtos, processos, tecnologias e serviços para contribuir com o desenvolvimento sustentável do País, gerando trabalho e renda a um grande número de comunidades que já
desenvolvem atividades com os ativos da biodiversidade nos biomas brasileiros. No entanto, grande parte dessas comunidades enfrentam dificuldades de várias naturezas, desde lacunas de conhecimento, gargalos tecnológicos, ausência de protocolos de produção, necessidade de certificações, dificuldades no acesso a mercados e deficiências ou mesmo ausência de
infraestruturas e políticas públicas de suporte.
1.Objetivo
1.1. Objetiva conceder recursos não reembolsáveis para apoiar projetos que promovam soluções aos gargalos científicos e tecnológicos enfrentados na estruturação e fortalecimento de cadeias produtivas baseadas na biodiversidade brasileira, desenvolvendo essas soluções
de modo a agregar e reter valor junto aos elos iniciais das cadeias produtivas, melhorando a qualidade de vida das populações atendidas.
1.2. A Seleção Pública visa apoiar iniciativas lideradas por Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs) brasileiras que atuem com o desenvolvimento de novas soluções para cadeias produtivas da bioeconomia, sejam elas científicas, tecnológicas, inovações em produtos, serviços, processos, modelos de negócio com base na biodiversidade brasileira e acesso a mercados.
1.3.Objetiva
1.3.1. Fortalecer a bioeconomia brasileira para o desenvolvimento de soluções sustentáveis que possibilitem benefícios econômicos, sociais e ambientais, com a geração e disseminação de novos conhecimentos e tecnologias;
1.3.2. Fomentar o desenvolvimento de cadeias produtivas baseadas na biodiversidade
brasileira com o desenvolvimento de novos bioprodutos, bioinsumos, biomateriais e serviços;
1.3.3. Implementar, ampliar e fortalecer ações para o uso sustentável e racional da
biodiversidade brasileira;
1.3.4. Fomentar a pesquisa científica, o desenvolvimento tecnológico e a inovação para o
Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI) com foco na biodiversidade brasileira;
1.3.5. Estimular arranjos de cooperação nacional para a estruturação e fortalecimento de
cadeias produtivas baseadas na biodiversidade brasileira e consequente desenvolvimento da bioeconomia;
1.3.6. Fomentar a criação de conhecimento e o desenvolvimento de soluções inovadoras a partir do uso sustentável da biodiversidade brasileira; e
1.3.7. Aproveitar as vocações naturais dos territórios atendidos nos biomas brasileiros
3.Características
3.1. Cada ICT executora poderá participar de até duas propostas que deverão ser
encaminhadas em formulário próprio (FAP). A apresentação de mais de duas propostas de uma mesma executora acarretará a eliminação de todas as propostas desta executora.
3.2. A proposta deverá comprovar a cooperação da ICT executora com pelo menos uma
comunidade local envolvida por meio de sua organização autogerida que a represente
legalmente, com a apresentação obrigatória da Carta de Anuência Prévia conforme Anexo 5 deste Edital.
3.3. Os resultados obtidos com o projeto deverão ser disponibilizados pela ICT
executora para a comunidade em questão.
3.4. Serão consideradas na avaliação do projeto, parcerias celebradas pela ICT que
contribuam para o alcance da solução do gargalo identificado. Estas parcerias deverão ser
comprovadas por meio de contratos, acordos de cooperação, protocolos de intenções ou
quaisquer instrumentos jurídicos vigentes no momento da apresentação da proposta,
devendo tais documentos serem anexados ao Formulário de Apresentação de Proposta (FAP).
3.5. Serão avaliadas solicitações para concessão de apoio financeiro para o fortalecimento
e estruturação de cadeias produtivas da bioeconomia que apresentem soluções para gargalos identificados e propostas de agregação de valor que priorizem os elos iniciais, demonstrando os impactos sociais, ambientais e econômicos esperados e a melhoria na qualidade de vida
das populações beneficiadas.
3.5.1. Os gargalos identificados envolvem dificuldades enfrentadas nos elos iniciais
das cadeias produtivas, desde lacunas de conhecimento, limitações
tecnológicas, ausência de técnicas de manejo e/ou protocolos de produção,
processamento e armazenagem, necessidade de certificações, dificuldades no
acesso a mercados, infraestrutura e logísitca inadequadas, excesso de
intermediários, elevado desperdício de matéria-prima e falhas na gestão.
3.5.2. Como agregação de valor entende-se o desenvolvimento de novos
conhecimentos e tecnologias para novos produtos, materiais e serviços, para o
aumento de produtividade, beneficiamento, processamento, reaproveitamento,
melhoria na qualidade dos produtos, embalagem, novas certificações,
verticalização da produção, encurtamento da cadeia e comercialização.
3.6. O valor previsto para esta ação é de R$ 28.000.000,00 (vinte e oito milhões de reais)
de recursos do FNDCT / CT-Agro , sendo o valor de cada projeto entre o mínimo de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) e o máximo de R$ 3.000.000,00 (três milhões
de reais)
5.1. As despesas apoiáveis deverão ser enquadradas nos seguintes elementos de despesas:
Fase | Data | Responsável |
Lançamento da Seleção Pública no Portal da FINEP na internet |
A partir de 01/07/2022 |
FINEP |
Disponibilização do formulário eletrônico (Formulário de Apresentação de Propostas - FAP) | A partir de 08/07/2022 |
FINEP |
Término do prazo para envio eletrônico da proposta (até às 18h00 - horário de Brasília) | 30/11/2022 | BENEFICIÁRIA PROPONENTE |
8.2.1. A análise de mérito se dará através da avaliação dos seguintes critérios:
Critérios de Avaliação | Notas | Pesos |
1. Grau de inovação da solução proposta | 1 a 5 | 5 |
2. Impactos sociais, ambientais e econômicos gerados pelo projeto | 1 a 5 | 5 |
3. Contribuição para a sustentabilidade | 1 a 5 | 5 |
4. Alcance da aplicação desenvolvida | 1 a 5 | 4 |
5. Parcerias e Articulações Institucionais das ICTs executoras | 1 a 5 | 3 |
6. Consistência da proposta | 1 a 5 | 3 |
6.4.3. Foto da lista de presença assinada da oficina
6.4.4. Fotos da oficina
Apresentação do PAT Planalto Sul pela coordenação Dinâmica de apresentação dos participantes
Grupo de trabalho (GT 1) elaborando as ações prioritárias Apresentação dos grupos de trabalho
Manifestações na plenária após a apresentação dos Grupos de Trabalho
Avaliação da oficina
Anexos
2 - Pré projeto elaborado pelo Laboratório da Agricultura Familiar (LACAF) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para a chamada pública 01/2022 da FINEP.
Coordenador – Estevan Felipe Pizarro Muñoz, Departamento de Ciências Naturais e Sociais - Centro de Ciências Rurais - CCR, Curitibanos - http://lattes.cnpq.br/2543631981766889 Comunidades envolvidas - Mortandade, Farofa e Casa de Pedra em Painel, São João do Pelotas, Cruzeiro e Rincão do Tigre em São Joaquim (respetivamente o primeiro e o segundo maiores municípios produtores de pinhão de Santa Catarina e o segundo e terceiro maiores municípios produtores de pinhão do Brasil, IBGE, 2017), Santo Antônio dos Pinhos em São José do Cerrito, todas localizadas na Serra Catarinense.
Valor a ser pleiteado: R$2.900.000,00
Antecedentes. O pinhão é a semente do pinheiro brasileiro (Araucaria angustifolia), única espécie de seu gênero com ocorrência natural no Brasil (REIS et al., 2010). Essa planta encontra-se em estado crítico em termos de conservação e figura na legislação vigente que inclui a araucária na lista das espécies ameaçadas de extinção. O pinhão é considerado um produto da sociobiodiversidade, reconhecido pelas políticas públicas federais (BRASIL, 2009; OLIVEIRA, 2014; BRASIL, 2016; BRASIL, 2017; BRASIL, 2018, MAGNANTI; ROVER,
2018) e com preço mínimo estabelecido desde 2016. Sua cadeia produtiva tem relevância econômica em aproximadamente 3.200 unidades familiares na Serra Catarinense, que são responsáveis por 75% do pinhão extraído no estado (MAGNANTI, 2019) e, portanto, significativo para os mercados da agricultura familiar e camponesa (MUÑOZ, 2019). O estado é o segundo maior produtor nacional e o pinhão é o sétimo maior produto florestal não madeireiro do Brasil (IBGE, 2019). Em razão disso, diversas instituições que possuem um histórico de atuação visando conservar, manejar e desenvolver atividades relacionadas a esta espécie (semente), que é símbolo da Serra Catarinense e está intimamente ligada à cultura e economia do território se articularam para elaborar este projeto.
Gargalo 1. Diminuição da produção de pinhão, pela alta regeneração de indivíduos dentro dos sistemas de produção, por causa da impossibilidade legal de manejo da araucária. Solução 1. Implantar unidades de referência (pesquisa-ação, gerando unidades demonstrativas) de manejo, visando o aumento da produção, considerando a legislação vigente. Solução 2. Realizar revisão de literatura e estudos de campo sobre o período ideal de início da coleta do pinhão. Gargalo 2. Baixa utilização de políticas públicas pela cadeia produtiva. Solução 1. Propor ajustes para acesso à Declaração de Aptidão ao Pronaf para as diferentes comunidades tradicionais de
1 Ver mais em: https://www.youtube.com/watch?v=uliaLKhwe_0
2 Ver pessoas e instituições participantes e outras informações em: http://vianei.tecnologia.ws/site/plano- de-acao-territorial-para-conservacao-de-especies-ameacadas-de-extincao-do-planalto-sul-pat-planalto-sul/ 3 Ver mais em: https://ima.sc.gov.br/index.php/biodiversidade/planos-de-acao/pat-planalto-sul.
4 Ver mais em: https://lacaf.paginas.ufsc.br/publicacoes/teses/ e https://asam.paginas.ufsc.br/
extrativistas de pinhão. Solução 2. Fomentar a inclusão do pinhão no Programa Nacional de Alimentação Escolar. Solução 3. Subsidiar a Companhia Nacional de Abastecimento com informações, visando atualizar o preço mínimo. Solução 4. Elaborar plano e promover ações de comunicação para os extrativistas acessarem a Política de Garantia dos Preços Mínimos da Sociobiodiversidade (PGPMBio5). Gargalo 3. Insegurança e alto risco de acidentes de trabalho, por parte dos extrativistas na etapa de extração do pinhão. Solução 1. Realizar pesquisa visando qualificar os equipamentos já utilizados pelos extrativistas (Antunes & Tonicelo, 2008; Antunes et. al., 2015). Solução 2. Adaptar e adquirir equipamentos para teste (sob condições seguras) e uso dos extrativistas, hoje representados pela Cooperativa Ecoserra. Gargalo 4. Baixo grau de organização dos extrativistas. Solução 1. Promover a criação de organizações econômicas específicas dos extrativistas, com o intuito de auxiliar na profissionalização de suas atividades Solução 2. Criar protocolo para certificação do extrativismo sustentável do pinhão. Solução 3. Assessorar a criação de entidade representativa dos extrativistas. Gargalo 5. Alto custo do armazenamento do pinhão e seus subprodutos. Solução 1. Adaptar container câmara fria, utilizando energia solar, visando armazenamento em pequena escala. Solução 2. Realizar experimentos compartilhando packing houses da fruticultura da região para conservar o pinhão. Gargalo 6. Baixo grau de processamento e de agregação de valor. Solução 1. Estudar e desenvolver tecnologias para agregação de valor. Solução 2. Estudar e auxiliar na implantação de unidades familiares e artesanais de descascamento de pinhão cozido. Solução 3. Implantar uma unidade artesanal (teste) de produção de farinha de pinhão cru. Gargalo 7. Desorganização da cadeia da produtiva do pinhão, alta dependência de intermediários e baixa remuneração dos extrativistas. Solução 1: Desenvolver modelos de negócios viáveis para a agricultura familiar extrativista (MUÑOZ, 2019). Solução 2: Prospectar mercados alimentares que valorizem o pinhão e seus derivados, e demais produtos da cesta de bens e serviços dos agricultores familiares extrativistas. Solução 3: Promover circuitos curtos de comercialização para o pinhão e seus derivados, e demais produtos da cesta de bens e serviços dos agricultores familiares extrativistas.
5 Ver mais em: https://www.conab.gov.br/precos-minimos/pgpm-bio
6 Com temas que tenham relação com a cadeia produtiva do pinhão e que trabalhem com o conceito da conservação pelo uso das espécies, tais como: cadeias curtas de comercialização, construção social dos mercados, cesta de bens e serviços, desenvolvimento territorial, extrativismo sustentável, agroecologia, certificação participativa etc.
7 Ver mais em: https://www.udesc.br/faed/ppgplan
8 Ver mais em: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1109452/sistemas-agricolas- tradicionais-no-brasil
9 Ver mais em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/premio_bndes_de_boas_praticas.pdf
coletiva territorial registrada, denominada “Sabor Serrano”. Com o projeto será possível ampliar as agroindústrias artesanais que processam pinhão e produzir farinha de pinhão, que é um novo produto que vai usar essa marca. A farinha vai carregar consigo os atributos inerentes à especificidade da origem do produto, inseridos na abordagem da Cesta de Bens e Serviços, em parceria com o Laboratório de Estudos da Multifuncionalidade Agrícola e do Território (LEMATE/CCA)10. O processamento dos produtos florestais não madeireiros (PFNM) é estratégico, tanto para o autoabastecimento das famílias agricultoras, quanto para a agregação de valor ao pinhão. O pinhão in natura foi vendido em 2022 por um preço médio de R$ 2,17/kg pelos extrativistas e, após processado, foi comercializado para o consumidor final por, aproximadamente, R$ 33,00/kg. Desta maneira, é possível propiciar uma melhor remuneração aos extrativistas de pinhão, e ampliar o alcance e o tempo de uso do produto nos diferentes mercados. Inovação (socioeconômica) 4. Implantar um sistema participativo de acreditação do extrativismo sustentável do pinhão, com base no sistema participativo de garantia (SPG)11 da Rede Ecovida de Agroecologia, permitindo visibilidade, agregação de valor e rastreabilidade. Inovação (socioeconômica) 5. Desenvolver um modelo de negócio da agricultura familiar extrativista que possa ser replicada como tecnologia social (MUÑOZ, 2019).
iii) o uso do pinhão faz parte da tradição alimentar da população local; iv) a produção de pinhão contribui na conservação da fauna; v) o pinhão é um produto com apelo ecológico associado ao comercial, por manter a planta em pé e utilizá-la por longo tempo; vi) a biodiversidade associada à araucária cumpre importantes funções ecológicas e serviços ambientais; vii) a conservação dos ecossistemas contribui para as atividades turísticas no território.
10 Ver mais em: https://lemate.paginas.ufsc.br/
11 Ver mais em: http://ecovida.org.br/certificacao/
[1] Matriz elaborada a partir da oficina participativa da cadeia produtiva do pinhão realizada em 27/07/2022 na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) em Lages (SC). http://vianei.tecnologia.ws/site/planode-acao-territorial-para-conservacao-de-especies-ameacadas-de-extincao-do-planalto-sul-pat-planalto-sul/
[2] As dificuldades foram apresentadas e discutidas no seminário virtual da cadeia produtiva do pinhão em 24/06/22. https://www.youtube.com/watch?v=uliaLKhwe_0